A história da Volvo do Brasil, que começou como uma Sociedade Anônima e pouco mais tarde se tornou uma empresa Ltda., começou muito antes de abril de 1977, quando a pedra fundamental da fábrica foi colocada pelo príncipe Bertil, da Suécia, no terreno da Cidade Industrial de Curitiba que viria a abrigar os prédios da unidade fabril.
Datam de 1934 as primeiras entregas de produtos Volvo no Brasil - um automóvel e quatro caminhões. Depois deste primeiro desembarque de veículos no porto do Rio de Janeiro, a marca começaria uma gradual jornada de sucesso em território brasileiro. No ano seguinte, as importações de veículos da marca alcançaram 81 unidades.
Em pouco tempo, os caminhões Volvo ficariam famosos em todas as regiões do País por conta de sua qualidade, robustez e resistência ao rodarem na então minguada malha rodoviária nacional das décadas de trinta e quarenta, formada majoritariamente por estradas precárias.
Confiança na marca
Os caminhões eram projetados com uma grande margem de segurança em relação à sua capacidade. Os anais da Volvo registram uma passagem memorável do técnico sueco Stig Olsen, enviado ao Brasil em 1935 para dar assistência técnica e treinar mecânicos nos revendedores que começavam a surgir em diferentes cidades. “Você pergunta se as pessoas têm confiança nos veículos? Sim, têm. Levei o maior susto da minha vida quando vi um Volvo projetado para 2,25 toneladas carregado com 10 toneladas! O caminhão arqueava mas não se queixava. As únicas partes que demonstravam sinal de debilidade eram os pneus, naturalmente devido as leis da física”, relatou Olsen, em uma de suas cartas.
Nestes dois primeiros anos, prevaleciam veículos com motores do tipo “H”, com 4,1 litros e 75cv, e os FCH e FDH, de 4,39 litros e 90cv. No início alguns lançamentos da Volvo tornaram-se famosos no Brasil: o L385 “Viking” e o L395 “Titan”, assim como os automóveis PV 444, os tratores agrícolas Bolinder-Munktell e os motores Penta.
O suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954 e a instabilidade econômica e política que se sucedeu afastou a marca do País a partir de então. Apesar deste hiato, que duraria até o início da década de 60, o destino da Volvo no Brasil parecia estar traçado. O próprio Assar Gabrielsson, o lendário co-fundador da Volvo, prometera a Gil de Souza Ramos, importador da marca em São Paulo: “Nós ainda vamos construir uma fábrica no Brasil”. A promessa, feita em 1953, ainda no Aeroporto de Congonhas, durante sua segunda e última visita ao país, seria cumprida 24 anos depois.